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sexta-feira, 22 de março de 2013

RUÍNAS


 Se é sempre Outono o rir das primaveras,
 Castelos, um a um, deixa-os cair...
 Que a vida é um constante derruir
 De palácios do Reino das Quimeras!


 E deixa sobre as ruínas crescer heras.
 Deixa-as beijar as pedras e florir!
 Que a vida é um contínuo destruir
 De palácios do Reino de Quimeras!


 Deixa tombar meus rútilos castelos!
 Tenho ainda mais sonhos para erguê-los
 Mais altos do que as águias pelo ar!


 Sonhos que tombam! Derrocada louca!
 São como os beijos duma linda boca!
 Sonhos!... Deixa-os tombar... deixa-os tombar...


Florbela Espanca

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