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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Álvares de Azevedo


PÁLIDA INOCÊNCIA

Por que, pálida inocência,
 Os olhos teus em dormência
 A medo lanças em mim?
 No aperto de minha mão
 Que sonho do coração
 Tremeu-te os seios assim?

E tuas falas divinas
 Em que amor lânguida afinas
 Em que lânguido sonhar?
 E dormindo sem receio
 Por que geme no teu seio
 Ansioso suspirar?

Inocência! quem dissera
 De tua azul primavera
 As tuas brisas de amor!
 Oh! quem teus lábios sentira
 E que trêmulo te abrira
 Dos sonhos a tua flor!

Quem te dera a esperança
 De tua alma de criança,
 Que perfuma teu dormir!
 Quem dos sonhos te acordasse,
 Que num beijo t’embalasse
 Desmaiada no sentir!

Quem te amasse! e um momento
 Respirando o teu alento
 Recendesse os lábios seus!
 Quem lera, divina e bela,
 Teu romance de donzela
 Cheio de amor e de Deus!


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