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sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O CONTEÚDO DO HAICAI



Como ficou expresso na introdução, definiremos o haicai conforme o ponto de vista do Grémio Haicai Ipê, que estuda o haicai enquanto forma poética adaptada à lingua portuguesa, embora conservando características da sua tradição de origem.

POESIA DA NATUREZA
O haicai sempre nasce de uma cena ou objeto natural. Mesmo nos instantes em que cita assuntos humanos, isto se dá através de uma grande reviravolta filosófica, em que o homem não é mais considerado o centro do universo, ou uma entidade separada da natureza, como é habitualmente colocado pela cultura ocidental.
Em verdade, o homem é parte integrante da natureza, submisso a ela, e assim passível de se transformar em assunto de haicai. É assim que pensa o haicaísta (poeta de haicai).
            Tradicionalmente, a menção à natureza é feita através de um termo- de- estação, mais conhecido pela palavra japonesa kigo. Pode-se questionar a validade das quatro estações no Brasil, mas é inegável a existência de um ciclo anual, ao quais os vegetais e os animais se moldam, e dentro do qual o homem organiza suas atividades, mesmo que este ciclo não possa ser caracterizado como uma sucessão de quatro estações à maneira européia. Entendido de uma maneira ampla, o kigo é a palavra ou expressão associada a uma entidade natural, capaz de disparar associações afetivas a partir de uma cena concreta, de maneira muito econômica.
Por outro lado, a idéia de estação está profundamente plantada entre os brasileiros de todas as latitudes, como herdeiros da cultura ocidental, basicamente européia e de clima temperado. Como parte desta herança, reconhecemos o caráter simbólico tradicionalmente atribuído a cada estação:
Primavera: alegria, renovação, amor, flores, juventude;
Verão: vivacidade, liberdade, calor, maturidade;
Outono: melancolia, decadência, nostalgia, colheita, senectude;
Inverno: tranqüilidade, reclusão, morte, repouso, frio. 


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