quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Timidez
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sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Álvares de Azevedo
“Foi poeta, sonhou e amou na vida”
Assim está escrito no tumulo de Álvares Azevedo!
Um menino que viveu apenas 21 anos. Deixou para todos os seus escritos de difícil interpretação. Eles são muitas vezes pensamentos truncados, apresenta certa descrença e tem uma forte obsessão pela morte a qual leva ao sadomasoquismo. Está sempre se referindo a cadáveres e túmulos, talvez por escrever doente em noites de febres e insônia, ele esta sempre se referindo aos tremores nas mãos. Impressionante ele descrever um velho de trinta, e um ancião de quarenta anos. Deve ser por que ele morreu menino.
Suas ultimas palavras em agonia foram dirigida ao seu pai dizendo: “Que fatalidade meu pai”.
Leia alguma coisa que ele escreveu.
São tristes, mas tão poéticas.
"O que é o homem?
É a escuna que ferve hoje na torrente e amanhã desmaia; alguma coisa de louco e movediço como a vaga, de fatal como um sepulcro!
O que é a existência?
Na mocidade: o caleidoscópio das ilusões; vive-se a seiva do futuro. Depois envelhecemos. Quando chegamos aos trinta e o suor da agonia já nos grisalhou o cabelo antes do tempo e murcharam como nossas faces as nossas esperanças; oscilamos entre o passado vesionário e o amanha do velho gelado e ermo e depois como um cadáver que se banha antes de dar a sepultura! Miséria! Loucura!"
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quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Poema em linha reta
(Álvaro de Campos)
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irresponsavelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe, todos eles príncipes, na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Publicada por rubi à(s) 14:59 0 comentários
Paulo Freire
"Neste lugar de encontros, não há ignorantes absolutos,
nem sábios absolutos: há encontro de homens que,
em comunhão, buscam saber mais".
Paulo Freire
Publicada por rubi à(s) 14:58 0 comentários
Quem?
Publicada por rubi à(s) 14:58 0 comentários