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sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

bom dia

Era noite alta.
Granizos espocavam nas vidraças e raios fustigavam o ar. O retroar dos trovões era lamentos que arrebentavam as comportas dos céus e transformavam as gotas de lágrimas em chuva torrencial que deslizava pela terra seca e corriam para os rios, lagos e mares.
Ali em um canto qualquer estava meu frágil corpo largado ao léu;
em meio a um vendaval de silvos de todos os tons;
em meio a um emaranhado de fios de todas as cores, texturas e diâmetros;
em meio a um festival de luzes que mudavam de cores conforme o som... e elas chegaram.
Delicadamente tomou-me em seus braços e alçaram em longos e infinitos voo. Senti o farfalhar de suas asas sobre minha tez e seus cantos magníficos aliviavam quaisquer dores.
Não mais que de repente seres celestiais interrompem aquela viajem dizendo: devolva-a. Sua missão ainda não está cumprida.
Então segurei minha vida com minhas próprias mãos e esperei.
No grau máximo da minha dor o dia sorriu para mim.

rubi (2015)

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