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domingo, 25 de fevereiro de 2018

Lirismo partilhado.


..pensas que não te vejo
através das caricaturas que,
sem maldade,
vestes teu rosto,
teu corpo,
teu coração saturado
de vazio
pelos amores que te frustaram... ?
.
assim, como que por eu ser
um homem que consideras
"gentil, romântico e doce..." (ah, eu sou,
querida menina...)
não tivesse eu em mim também
o mesmo lado selvagem teu no amor,
as mesmas carências de plenitude abissal,
.
e não pudesse enxergar o lado
"torto" do amor,
passional,
e essas tuas fantasias,
de que te envergonhas,
como se elas não fossem
também as minhas...?
.
achas mesmo
que quando te ocultas
por trás dessas palavras
convencionais e civilizadas
eu não te vejo através
de todos os teus véus?
ou acreditas que eu te julgaria
por seres quem é,
capaz de ir de "A" a "Z"
no amor,
no sexo,
na entrega de si mesma,
no viver uma paixão...?
.
ah...
não estivesse eu exausto, exausto,
doce e selvagem menina...
.
e entregue às minhas melancolias,
e mesmo,
desistido do amor...
.
eu bateria à tua porta...
.
e quando nossos olhos se percebessem
espelhos um do outro,
.
eu te amaria tanto!,
(e te deixaria ser a cachoeira natural que és...)
.
que saberias,
que tudo o que crês
(mas nunca consumaste)
é possível
e real.

(eduardo ramos)

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