Era noite alta.
Granizos espocavam nas vidraças e raios
fustigavam o ar. O retroar dos trovões era lamentos que arrebentavam as
comportas dos céus e transformavam as gotas de lágrimas em chuva torrencial que
deslizava pela terra seca e corriam para os rios, lagos e mares.
Ali em um canto qualquer estava meu
frágil corpo largado ao léu; em meio a um vendaval de silvos de todos os tons;
em meio a um emaranhado de fios de todas
as cores, texturas e diametros; em meio a um festival de luzes que mudavam de
cores conforme o som... e elas chegaram.
Delicadamente tomou-me em seus braços e
alçaram em um longo e infinito vôo. Senti o farfalhar de suas asas sobre minha
tez e seus cantos magnificos aliviavam quaisquer dores.
Não mais que de repente seres celestiais
interrompem aquela viajem dizendo: devolva-a. Sua missão ainda não está
cumprida. Então, segurei minha vida com minhas próprias mãos e esperei.
E no grau máximo da minha dor o dia
sorriu para mim.
rubi (2015)
Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz
E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz
E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...
Vinicius de Moraes
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