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terça-feira, 5 de agosto de 2014

JE



·     Voo como a águia nos céus esperando tocar nas mãos de Deus, busco, procuro por todos os cantos da terra que outrora foi azul e redonda e bela, hoje se tornou coberta de arestas pontiagudas com finalidade de ferir aqueles que só buscam a paz.
·     Corro como a gazela nos campos para chegar aos prados do nada e neles colher um pouco de essência de vida para transformar o nada em tudo.
·     Esse tudo me transforma em borboleta após arrebentação do casulo como se fora um mar de dor e lágrimas. Mar bravio em fúria constante, arremessando ondas sobre as pedras e transformando lágrimas em espuma alva como a neve, que morrem nas areias carregada com a maledicência dos animais racionais que deixam nas areias seus dejetos quando vão para a orla dar vasão ao seu ócio e sua incoerência.
·     Fugindo da maledicência desse mundo que ora se tornou um caos a borboleta a qual fui transformada continua a levar consigo as dores e o enfado de um mundo sem cor e sem riso. A borboleta se transforma em uma carpa que ingénua caminha para as sendas da morte sem perceber que estava a chegar no escuro da vida.
·     Não mais que de repente os trovões fazem soar seu brado tao alto que explode o escuro da noite e toma posse dos céus e da terra. Relâmpagos rasgam nuvens transformando o escuro em luz e energia, e trás os ventos uivantes do norte que forma um tornado e em redemoinho se funde com o mar bravio levando para o sul todo o resquício de dor, de tristeza e saudade. Na viagem decorrida o vento e o mar exalam turbilhões de sensações; vai deixando forças sobre a carpa, ora sem rumo. Sabiamente, ela toma aquela força advinda da agonia, da aflição, da angústia e da dúvida e se transforma em um golfinho mãe e pai do mais puro sentir de todos os seres e o único vivente que é temido pelo malvado tubarão.
Um dia esse vendaval fará sentido? Oh! Meu Deus, minha energia de luz e fé; no cais da solidão eu Ti espero!

by rúbi

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